MARÍ ALVES
Nascida no caos, criada na torrente. MARÍ ALVES (em caixa alta) evoca toda a força de alguém que como água se modela, se estende e se propõe ao que está disposto à vida. Filha de migrantes baianos, nasceu em São Paulo e foi criada no sertão da Bahia, na terra de origem de sua mãe - enquanto o pai é soteropolitano. Caatinga e mata atlântica. Rio e mar. Aos 8 anos iniciou seu contato com a música através da filarmônica da cidade. Tocava sopro (metais) e em seguida se introduziu no canto e no violão. A música sempre a acompanhou, sendo a expressão do seu íntimo. A amiga confidente. As mil e uma personagens coexistindo: perversa, sexy, melancólica, contida… A dramaticidade da vida sendo transmutada em matéria sonora. Durante o período da escola compunha e participava de competições estudantis. Na universidade se aliou a pares musicais e chegou a formar uma banda com colegas. Suas produções buscaram explorar elementos da black music, dentre os gêneros do soul, jazz e música afro-brasileira. Hoje, a formação em psicologia tem sido essencial para que ordene o próprio cerne criativo, extraindo e moldando diariamente potenciais de sua expressão. Dentre esses desdobramentos, as canções emergem da sua alma, composições inteiras que por vezes surgem durante o sono. O onirismo entrega o impulso do desejo. A música segue brotando da fonte. Seu nome surge assim, com acento agudo. MARÍ, acentuado de modo que manifesta sua história de origem paulista, em seu apelido desde o ventre-amniótico. Poeticamente, em uma junção do português com o tupi brasileiro (mar + “í”, que possui função de diminutivo), resulta em um “pequeno mar”. Assim, o seu canto se utiliza dessa contenção de potência. MARÍ coexiste, segue o fluxo mutável e transformador das águas. Compõe enquanto chora; Transborda enquanto faz seu som. E é nesse sumo fluente que se encontra sua arte.